AEB e CIP promovem reflexão sobre o estado da economia
08 Fev 2024

A AEB – Associação Empresarial de Braga realizou, hoje, uma reunião com o intuito de promover um amplo debate centrado nas temáticas basilares para o desenvolvimento do tecido empresarial nacional e regional, de modo que a CIP – Confederação Empresarial de Portugal possa agregar estes mesmos contributos, no Congresso que decorrerá entre os dias 20 e 21 de fevereiro, no Edifício da Alfândega do Porto, intitulado «Pacto Social. Mais economia para todos».
Neste encontro, onde marcaram presença um conjunto de personalidades, empresas e instituições de reconhecido mérito na região e no país, foram debatidos diversos temas que se distribuíram por 5 paneis, nomeadamente “Academia e Investigação”, “Administração regional e local”, “Economia Social”, “Associativismo Empresarial” e, por fim, “As Empresas”. O estado atual da economia portuguesa foi a linha condutora de todas as conversas e reflexões realizadas, com foco especial na necessidade de redução da carga fiscal, atração de talentos e promoção da inovação e competitividade empresarial para o desenvolvimento sustentado da região.
“A falta de mão de obra, em setores como construção civil, hotelaria ou restauração, é um desafio. Nós devemos muito aos imigrantes que têm chegado a Braga, porque têm colmatado alguma falta de mão de obra e é importante acolhê-los bem e dar-lhes condições para eles estarem cá, porque se eles vão embora nós temos sérios problemas em muitas empresas”, apontou Daniel Vilaça.
Para a AEB, outro problema, relacionado com as questões da mão de obra, é a habitação, que “só poderá ser resolvida com um plano de mobilidade, que possa incluir a ferrovia, e ligue os concelhos limítrofes, para que as pessoas possam trabalhar em Braga e viver em cidades onde o acesso à habitação é mais barato”. Apontando várias críticas à mobilidade interconcelhia da região, Daniel Vilaça sugere “um acordo” para que “uma entidade assuma os transportes públicos a nível regional”. O presidente da AEB dá o exemplo da ligação Braga- Guimarães, percorrida diariamente “por milhares de pessoas”, e lamenta que “quando se fez a autoestrada não se tenha pensado numa ligação por ferrovia, que era bastante simples”. “O problema de Portugal é sempre a falta de planeamento, pensámos muito há quatro anos e os empresários precisam de ter governantes que pensem a longo prazo”, criticou.
A Associação Empresarial de Braga continua a alertar para “a carga fiscal completamente exagerada em Portugal”. Daniel Vilaça diz que os empresários estão “apreensivos com este clima político”, uma vez que programas como o Portugal 2030 “ainda não saiu para a rua e as empresas não podem estar à espera consecutivamente deste tipo de apoios”. “Esta crise política não ajuda em nada e vai atrasar, certamente, estes quadros comunitários”.
Daniela Vilaça referiu ainda que atualmente há outro problema identificado, relacionado com “a sucessão de empresas familiares”, porque em alguns casos “fecham-se empresas pujantes por não terem na família quem possa seguir com os negócios”.
Por sua vez, Luís Ceia sublinhou que a instabilidade fiscal é, neste momento, uma das principais preocupações dos empresários. “A imprevisibilidade fiscal afasta muito investimento direto estrangeiro”, referiu, defendendo a necessidade de “um pacto de regime a longo prazo” sobre esta matéria.
Em representação da CIP, Ceia afirmou ainda uma “inteira confiança nesta região”. “Costumamos dizer que se há região que é demonstrativa e que corporiza a realidade do país é esta. Portanto, desde o dinamismo, têm uma população jovem, empreendedora, e um tecido empresarial muito próximo daquilo que é a média nacional”, finalizou.
Esta e outras matérias estarão em cima da mesa num congresso que a CIP vai promover, nos próximos dias 20 e 21 de fevereiro, no Porto, para refletir sobre o estado da economia portuguesa.