AEB promoveu conferência “Financiamento e Capitalização de Empresas”
09 Mai 2023

O Banco Português de Fomento (BPF) é uma sociedade financeira sujeita a regulação do Banco de Portugal e de outras entidades públicas que foi criada para colmatar falhas de mercado no sistema financeiro português, afirmou a presidente do Conselho de Administração do BPF na conferência “Financiamento e Capitalização de Empresas”, promovida pela Associação Empresarial de Braga. Maria Celeste Hagatong referiu ainda que o principal objetivo para este ano é chegar a dezembro com um banco com todas as valências que qualquer outra instituição bancária possui, mantendo o foco do BPF numa atividade que seja supletiva e complementar à dos restantes bancos.
No decurso da sua intervenção, a presidente do BPF falou das vicissitudes e grandes desafios associados à criação do Banco de Fomento, num contexto de pandemia e de guerra na Europa, desde a constituição das equipas de administração e trabalho, definição dos produtos e serviços a disponibilizar e formação da rede de parceiros financeiros e institucionais, entre outros. Em poucos meses, a nova administração e equipa do BFP lançou, em parceria com os bancos, linhas de crédito para as empresas como a linha consolidar, apoio ao aumento dos custos de produção, apoio ao turismo e linha de apoio à economia social.
Questionada sobre os apoios que o BPF poderá disponibilizar a projetos de aquisição, fusão e concentração de empresas, a presidente do BPF enalteceu a relevância destes projetos para o futuro da economia portuguesa, porque é indispensável ganhar dimensão e escala para se competir nos mais diversos mercados. A este propósito, enfatizou ainda a importância da ambição e preparação dos empresários para que esses processos de aquisição ou fusão de empresas sejam bem-sucedidos. Disse ainda que o BPF atuará no sentido de ter os instrumentos de capital necessários e adequados para apoiar os empresários nos seus projetos de aquisição, fusão ou concentração de empresas, articulando sempre com as entidades da envolvente empresarial, como as associações empresariais, a promoção desses projetos, bem como a realização de outras iniciativas de estímulo à cooperação e ao desenvolvimento empresarial.
“Enquanto empresários, o que desejamos é que o Banco de Fomento consiga levar a bom termo a sua missão de contribuir para o financiamento e capitalização de empresas, acreditando que o atual Conselho de Administração do Banco vai fazer um excelente trabalho, para que tenhamos nos próximos anos em Portugal um verdadeiro Banco de Fomento ao serviço das nossas empresas. Neste sentido, a AEB estará sempre disponível para articular com esta instituição iniciativas que promovam o acesso das empresas às linhas disponibilizadas pelo Banco Português de Fomento”, referiu Daniel Vilaça, Presidente da AEB, na abertura da sessão.
Instada a pronunciar-se sobre as atuais perspetivas económicas, Maria Celeste Hagatong salientou as perspetivas de fraco desempenho da economia europeia ao longo do ano, que naturalmente afetará a dinâmica e crescimento da economia portuguesa.
“Sabemos que o desenvolvimento e crescimento da economia portuguesa dependem muito da atividade das nossas empresas, pelo que há que criar as condições e políticas económicas e sociais certas para que, de uma vez por todas, se rompa com os fracos níveis de crescimento económico alcançados nas últimas décadas”, salientou o Presidente da AEB.