Barómetro AEB evidencia trajetória de crescimento da atividade económica em Braga
27 Jul 2023
Os últimos dados divulgados pelo Barómetro da AEB indicam que no 2º trimestre de 2023, apesar de um abrandamento da atividade económica, os setores do comércio e serviços, da restauração e do alojamento, em Braga, mantiveram a trajetória de crescimento iniciada no período pós-crise pandémica.
Segundo o Presidente da AEB, os setores do comércio e da restauração de Braga “continuam a demonstrar uma enorme vitalidade e dinamismo”, registando no 1.º semestre de 2023 um crescimento de 35% e 42%, respetivamente, face a igual período do ano transato. “Um crescimento assinalável, bastante acima da média nacional e que é obtido num contexto socioeconómico marcado pela forte subida das taxas de juro e pela diminuição dos índices de confiança dos consumidores”, realça Daniel Vilaça.
Para o Presidente da AEB, estes resultados só são possíveis graças ao “extraordinário trabalho que é desenvolvido na promoção e dinamização de Braga enquanto destino de compras, bem como ao dinamismo e constante capacidade de inovar dos empresários da região”.
Na indústria, salienta-se o comportamento positivo das exportações que, nos primeiros 5 meses do ano, em Braga, registaram um crescimento de 16% face ao período homólogo, uma taxa significativamente mais elevada do que a média nacional (5%).
Daniel Vilaça salienta “a grande resiliência das empresas exportadoras do concelho face ao abrandamento do comércio internacional”, destacando o excelente desempenho das exportações no setor dos “instrumentos de medida, de controlo ou precisão e aparelhos médico-cirúrgicos”, que regista um volume acumulado de 325,4 milhões de euros de exportações, desde o início do ano, e um crescimento expressivo de 38% face ao período homólogo, e do setor das “máquinas, aparelhos e materiais elétricos”, que, até maio, segue com um volume global de 153,6 milhões de euros de exportações, que corresponde a crescimento de 23% face ao igual período do ano transato. O presidente da AEB realça, ainda, os resultados das exportações de vestuário, com um crescimento de 19%, nos primeiros 5 meses do ano. “Um desempenho que contrasta com a estagnação que se verifica no setor e que demonstra a especialização distintiva das empresas têxteis do concelho de Braga”, evidencia.
Se em abril o FMI previa que o volume de trocas comerciais aumentasse 2,4% em 2023, depois de em 2022 ter registado um crescimento de 5,2%, agora, os analistas do Fundo antecipam que o comércio mundial cresça apenas 2% este ano. Segundo Daniel Vilaça, estas “mais recentes previsões apontam para um crescimento do comércio internacional, para o ano de 2023, ainda mais limitado do que se previa há 3 meses, em resultado do declínio da procura global e das mudanças na sua composição para bens e serviços nacionais”. Perante este enquadramento, o Presidente da AEB assume que “o arrefecimento do comércio mundial deve preocupar-nos, já que sinaliza um contexto mais difícil para o segundo semestre, podendo mesmo contaminar 2024”.
Daniel Vilaça considera, assim, “essencial que os programas de apoio Portugal 2030 sejam operacionalizados com a maior brevidade possível, com o objetivo de mitigar este abrandamento da economia mundial e, sobretudo, para que as empresas portuguesas possam investir em processos de inovação e na sua capacidade produtiva, de forma a se tornarem cada vez mais competitivas à escala global”.
Ao nível interno, o Presidente da AEB considera “que a diminuição progressiva na taxa de inflação, conjugada com a estabilização dos custos da energia e combustíveis, irá suavizar os efeitos provocados pelos aumentos das taxas de juro, o que poderá indiciar que, até final do ano, poderemos manter um desempenho em linha com o registado no 1.º semestre de 2023”.