Estudo da AEB revela perceção altamente positiva dos residentes sobre o turismo na cidade

23 Out 2023

O “Estudo sobre os Impactos do Turismo na Cidade de Braga, na perspetiva dos residentes”, projeto da Associação Empresarial de Braga, desenvolvido pela Universidade Católica Portuguesa – Braga, foi hoje apresentado no Auditório Prof. Manuel Isidro Alves da UCP.

O objetivo central deste estudo passou por avaliar as perceções e atitudes Bracarenses, em relação ao impacto do setor turístico na cidade de Braga, com vista promover uma maior integração entre os residentes e os visitantes. “Investigação que se mostra bastante relevante pelo evidente crescente impacto do turismo em níveis internacional, nacional e local”, afirmou Varico Pereira, Vice-presidente da AEB.

Na sessão pública de apresentação do estudo, Varico Pereira destacou o caráter pioneiro da iniciativa da AEB, relembrando que esta é, no âmbito do turismo, a 1.ª investigação em Braga que ausculta os residentes da cidade.

“Esperamos que este trabalho inspire os bracarenses e as forças vivas deste concelho no sentido de se promover uma visão mais atenta e, simultaneamente, uma ação mais efetiva e concertada em prol do desenvolvimento sustentável e inclusivo de Braga como um destino turístico, de lazer e compras de excelência no contexto nacional e internacional”, reforçou.

Rui Marques acrescentou, ainda, que o estudo comprova que Braga caminha positivamente para a efetiva execução de um turismo sustentável. “Os resultados obtidos neste estudo evidenciam que o turismo em Braga está a ser bem feito. Braga é um exemplo perfeito de como tirar o máximo partido do turismo, mas sempre conciliando com a qualidade de vida dos residentes”.

Olhando para o potencial crescimento de Braga como destino turístico, o Diretor-geral da AEB reforçou que a auscultação dos residentes será sempre uma prioridade. “O turismo em Braga tem crescido de forma bastante significativa. No entanto, existe ainda muito espaço para crescer, e esta evolução será sempre realizada em prol do equilíbrio. Queremos ter os residentes sempre connosco, queremos envolver todos os stakeholders neste crescimento, queremos um turismo autêntico e genuíno”, concluiu.

António Barroso, em representação do Município de Braga, sintetizou o estudo através de uma breve premissa: “O turismo é bom para Braga e para os bracarenses”. Para o adjunto do presidente da Câmara Municipal de Braga, os resultados do estudo evidenciam o equilíbrio que Braga consegue estabelecer entre a qualidade de vida dos residentes e a qualidade de bem receber os turistas que chegam à cidade.

“O turismo só é bom se for efetivamente bom para as pessoas que vivem nesse território, e Braga conseguiu atingir este ideal. Agora o desafio passa por crescer, mas sempre mantendo o equilíbrio e a sustentabilidade. Neste sentido, enquadra-se a estratégia do Município em estabelecer parcerias e contactos permanentes com os diversos stakeholders locais, como é o caso da AEB. O turismo em Braga é feito em rede”, defendeu.

Em representação da UCP, Carla Cardoso e Ana Salazar, apresentaram de forma detalhada o estudo sobre a perceção dos bracarenses face ao turismo. Na sessão, as professoras destacam as principais conclusões retiradas, e com base nos resultados, apresentaram também algumas das prioridades estratégicas e recomendações.

 

◉ Principais conclusões do estudo

Para a execução do estudo, foi implementada uma metodologia centrada na realização de um exercício alargado de auscultação junto dos Bracarenses, visando a recolha de dados primários significativos sobre os objetivos propostos para análise. No total, entre janeiro e outubro deste ano, 323 residentes responderam presencialmente a um questionário com esse propósito. Em simultâneo, foram realizadas entrevistas pessoais com representantes do poder local, nomeadamente com os presidentes das juntas de freguesias de Braga com mais turistas. Foi ainda dinamizada uma análise dos dados secundários disponíveis sobre o tema.

As principais conclusões do estudo revelaram uma perceção altamente positiva dos residentes sobre o turismo na cidade, com cerca de 90% dos inquiridos a reconhecer efeitos positivos, ou muitos positivos, do turismo em Braga.  Além disso, aproximadamente de 84% dos inquiridos considera que ainda há espaço para um crescimento do número de visitantes de Braga.

Quando questionados sobre os impactos socioculturais, os resultados mostraram que os inquiridos consideram o aumento das atividades de lazer e eventos, a revitalização de artes locais, artesanato e tradições, a melhoria/revitalização da vida social e cultural, e o aumento da qualidade de vida dos residentes importantes contributos do turismo.

No que diz respeito aos impactos económicos, verificou-se que a dinamização do comércio local, o aumento do investimento, a criação de novos negócios e postos de trabalho de emprego e a melhoria das infraestruturas (estradas e estacionamento) foram os impactos mais reconhecidos pela grande maioria dos inquiridos.

Por fim, a nível ambiental, verificou-se que os impactos percecionados pela maioria dos inquiridos foram positivos, estando relacionados com a revitalização e recuperação do património, o incentivo a novas medidas públicas para preservar o ambiente, a melhoria da paisagem natural, e a própria melhoria do comportamento dos residentes.

Em termos de constrangimentos associados ao turismo, embora os resultados tenham demonstrado que os efeitos negativos do turismo não são tão percetíveis pelos residentes, uma minoria demonstrou preocupações com o aumento da especulação imobiliária, a diminuição de alojamento disponível para os residentes, a perda de identidade cultural e o aumento dos preços das atividades turísticas.  O aumento/congestionamento do tráfego, ruído e lixo foram as principais preocupações demonstradas pelos residentes inquiridos relativas aos efeitos menos positivos do turismo.

 

◉ Prioridades estratégicas e recomendações

Com base nos resultados, numa segunda parte do estudo, foram propostas prioridades estratégicas e recomendações, agrupadas em 6 categorias: comunicação e sensibilização; economia local, conhecimento, experiências autênticas, programas de voluntariado e de intercâmbio cultural e sustentabilidade, num total de 15 ações propostas para implementação.

 

De destacar que o estudo enquadra-se no projeto Braga: Cidade Autêntica e foi financiado pela Linha de Apoio à Sustentabilidade, do Turismo de Portugal.

 

Consulte o estudo na íntegra aqui. 

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