Transição energética e climática – como reforçar a competitividade da UE
12 Set 2024
Um estudo publicado no inicio do verão pela BusinessEurope mostra que a disparidade dos preços da energia entre a Europa e outras economias concorrentes irá agravar-se, se não forem implementadas medidas urgentes.
Desenvolvido em parceria com a consultora Compass Lexecon, o estudo mostra que uma transição energética da qual resulte uma economia europeia competitiva ainda é possível, mas apenas se os decisores políticos da UE tomarem decisões rápidas durante o atual ciclo.
O estudo mostra que os custos energéticos na Europa serão pelo menos 50% mais elevados do que nos EUA, China e Índia até 2050. Isto colocará as empresas europeias numa grave desvantagem competitiva face aos seus principais concorrentes, razão pela qual são necessárias medidas urgentes a nível da UE para colmatar esta lacuna, a fim de que a Europa possa alcançar a neutralidade climática até 2050 sem colocar em causa a sua indústria.
Com base nas conclusões do estudo, a BusinessEurope desenvolveu propostas concretas nas seguintes áreas:
• Aumentar de forma expressiva a implantação e integração de todas as fontes de energia renováveis e de baixo carbono, bem como das infraestruturas necessárias;
• Assegurar o investimento necessário;
• Assegurar a existência de uma cadeia de valor para o hidrogénio;
• Continuar a acelerar e a dinamizar os procedimentos de licenciamento;
• Combater o diferencial de custos do carbono e garantir a implementação eficaz do CBAM;
• Introduzir medidas para colmatar a lacuna da competitividade energética da Europa; e,
• Promover a descarbonização industrial através de medidas eficazes do lado da procura.
Estas recomendações pressupõem algumas preocupações para Portugal, nomeadamente níveis de investimento e escala de consumo significativos que podem não ocorrer em Portugal dada a dimensão da sua economia e a não existência de interligações capazes de permitir maiores escalas de negócio.
Medidas para colmatar a lacuna de competitividade energética na Europa, isto é, promover uma Europa integrada sob o ponto de vista da energia, obrigarão previamente à integração plena da Península Ibérica nos mercados europeus da energia, deixando esta parte da Europa de constituir uma “ilha energética”.
O estudo completo e as recomendações políticas da BusinessEurope podem ser lidas aqui.